Fonte: http://jacaarte.org/ |
Programação do Seminário
10h_ Recepção e apresentação dos projetos
10h_ Recepção e apresentação dos projetos
Paisagens em Suspensão e Quintal Canadá
Pedro Motta, Fernanda Regaldo e Roberto Andrés
10h30_ Brasil, paisagem periférica, obsessão do descompasso
Laymert Garcia dos Santos
12h_ almoço (Delícia! No Restaurante do Posto Chefão)
Paisagem, representação, deslocamento
Pedro Motta, Fernanda Regaldo e Roberto Andrés
10h30_ Brasil, paisagem periférica, obsessão do descompasso
Laymert Garcia dos Santos
12h_ almoço (Delícia! No Restaurante do Posto Chefão)
Paisagem, representação, deslocamento
moderadora: Janaína Melo
13h45_ Paisagem: recorte e memória
Carla Zaccagnini
14h30_ Ebós: noturno para Belo Horizonte
Francisco Magalhães
15h15_ Periferia
Caio Reisewitz
16h _ Intervalo
Modernidade, centro, periferia
16h _ Intervalo
Modernidade, centro, periferia
16h30_ Futuro do Pretérito
Rubens Mano
17h_ Em progresso
Wellington Cançado
Natureza, paisagem, imagem
Natureza, paisagem, imagem
17h45_ Mesa e Grande Budha
Nelson Felix
18h15_ Imagens da natureza
Renata Marquez
19h _ Coquetel de encerramento"
19h _ Coquetel de encerramento"
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Roberto Andrés e Cristiano
Cezarino nos meteram na maior furada sábado. O local? Jardim Canadá, periferia
da Região Metropolitana de Belo Horizonte, num lugar sem asfalto e debaixo de
um temporal. O nome do bairro é uma
total ilusão: não tem nada de jardim; é uma paisagem árida e avermelhada pelo
minério. Tentaram me enganar dizendo que lá é do tipo “frio seco”, mas
engraçado, contradizendo o presente dia, lá estava beeem molhado.
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Um arquiteto mais uma cientista
política abordando o relacionamento entre as pessoas, a rápida industrialização
do bairro que contrapõe enormes galpões com a lentidão das maquinas pesadas que
circulam pelo local, como tratores e escavadeiras, e a urbanização pelo
asfaltamento... Tudo culminando na ação central de gramar uma rua para “subverter
um entendimento estético” que tem como ações relativas a velha noção abstrata
da interação entre moradores e natureza.
Abordando “Quintais e jardins”,
capitulo emblemático de um livro que eu
não lembro mais o nome com características do bairro como os jardins de
aluguel: a presença de imigrantes que vieram para trabalhar e não tem jardim em
casa vai de encontro ao uso dos jardins do bairro para festas de luxo. Esses
jardins ornamentais em volta, totalmente “alugados” como as cadeiras que nós
utilizamos. E os quintais, coleções de particulares, com várias espécies que
dizem muito da relação das pessoas com a natureza.
Dona Zezé (66), colaboradora
pelo que eu fiquei sabendo, depôs que no bairro era puro mato, a natureza era
violenta, agressiva, madrasta, mas que também era um grande jardim,
influenciando seu relato pelas subjetividades e particularidades da época e que
viveu.
Foram apresentadas também
fotos que eu achei super legais:
Reação natural (2008/2010):
conflitos ou convívio
Oposta à
Natureza concreta
(2007/2009): arquitetura projetada para dentro da natureza
Espera: pontos de ônibus a
margem da BR040 que utilizam a mesma cor, referentes a campanhas políticas, mas
várias formas.
Arquipélago (2007/2010):
restos de estrada, soerguimentos de terra
Paisagem suspensa: lotes de
1m³ suspensos por balões.
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Em seqüência houve a conversa
“Brasil, paisagem periférica, obsessão do descompasso”. O autor, Laymert, instigado
pelo titulo, de palavras retiradas de seus textos, nos provocou de diversas
formas, abordando a reproblematização desses termos, citando uma frase que era
mais ou menos assim: “Eu tenho uma boa e uma má noticia. O primeiro mundo faliu
em todos os sentidos. A boa noticia: o primeiro mundo agora é aqui.”
Ok, eu confesso: O cara era
muito top. Ou tinha em casa alguns alucinógenos remanescentes de experiências
passadas. Ele deu uma visão geral do país que eu duvido que muita gente
“entendida” faria. Falou da rápida reconfiguração geopolítica mundial, do
convite para o Ano do Brasil em 30 países, e da condição do nosso país como emergente,
da projeção para 2016 em que o Brasil pode ser a 5ª economia e também da defasagem
entre o que aconteceu e nossa cabeça, devido à velocidade de entendimento. Essa
intervenção/inversão em que a periferia foi parar no centro, e os problemas da
periferia dentro do Brasil que vem desde a colonização e subordina a
diversidade cultural brasileira a um padrão euroamericano.
O palestrante indaga ainda como
conseguimos e quem somos nós e aborda essa diferença especifica de
reconhecimento da potencia do país. A cultura brasileira, com toda essa
transformação da (a)d(i) versidade em positividade, miséria em luxo, como nas
escolas de samba - escolas da vida – onde mostramos toda a nossa riqueza: negros,
índios e europeus, uma miscigenação que só torna o nosso país mais e mais
interessante. Ainda nos conta de suas propostas
para inclusão digital e de seus projetos transculturais, como a Opera em que
trabalhou, representação máxima de imagens e sons, com a relação entre as
culturas, a articulação e a preservação da diversidade, em Munique com os
Yanomami. Trata da periferia da cultura brasileira e dessa eliminação de
tensões x criação de conflitos como uma brecha na urbanidade, uma falha no
controle, e exemplifica com os cachorros de rua. Como o melhor sempre fica pro
final, fiquei chocada com sua abordagem acerca do entendimento do que é arte.
Mencionando a Bienal de São Paulo e os circuitos internacionais de arte, traz
reflexões sobre as relações entre o étnico e o contemporâneo e a questão formal
e de apropriação. Sua interpretação associativa sobre o design da valorização, commodities
e fornecimento de matéria prima sem beneficiamento só enfatizam o empacotamento
da cultura que temos sofrido desde a remota época da metrópole portuguesa.
Fonte:Google Imagens |
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