sábado, 27 de agosto de 2011

Anarquitetura

ANARQUIOQUÊ?


Nicholas Renshaw

Anarquitetura é um meio pelo qual qualquer pessoa pode adaptar e ampliar o significado e essência de qualquer espaço. É uma maneira de fazer a arquitetura e o controle dela um pouco mais balanceados, entre as pessoas que a desenham e aquelas que a utilizam. Anarquitetura não envolve uma permanente adaptação física de um espaço, mas trabalha muito mais por mudar a significação do espaço dentro da comunidade que o utiliza. É uma forma de criar uma mudança mental numa área, de modo que deste momento em diante, o espaço é lido de um modo diferente.

Para o anarquiteto, dado um espaço, tudo que se precisa fazer é causar algum evento, ou colocar um objeto dentro de um espaço que ou dê uma leitura diferente do espaço, ou adapte o espaço para uma proposta diferente. Isso poderia atribuir uma nova história ou um uso desconhecido para o lugar; poderia significar adaptar o modo pelo qual você se move pelo espaço. Talvez usando a fisicalidade do espaço de uma forma diferente da que você esperaria.

Se esta interrupção do espaço é feita na presença das pessoas que usam o espaço, ou mostrada numa data posterior para elas, ela será recordada da próxima vez que elas usarem o espaço. Então isso vai começar a se entranhar na história do espaço. A anarquitetura funciona de boca em boca, ela funciona por quê está dentro do domínio público e não dentro da estrutura da arquitetura. Ela afeta a arquitetura fora do tecido que a perfaz; ela é portanto algo sobre o qual os encarregados do espaço tem pouco controle.

A parte importante é certificar-se de que uma ampla audiência tenha acesso à intervenção, pois é só com as pessoas falando sobre ela, que ela se tornará parte da arquitetura. Contudo, se isso pode ser realizado então uma coisa pode levar a outra, espaço, arquitetura e a vida em geral podem se tornar mais fluidos de significado, mais soltos e menos fixos. Isto poderia afetar a arquitetura que é construída, na medida em que muda a cultura dentro da qual as corporações teriam de construir. Através da anarquitetura nós podemos afetar a tela sobre a qual os planejadores urbanos terão de planejar, sobre a qual arquitetos terão de construir. Usuários do espaço terão uma percepção direta de como a arquitetura é lida, usada e construída.


Tradução de Ricardo Rosas

Texto extraído do site dos anarquitetos Space Hijackers (www.spacehijackers.co.uk), os "sequestradores de espaços", arquitetos-ativistas que lutam contra a dominação arquitetônica, econômica, social, das corporações.


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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O BARROCO NO BRASIL – SYLVIO DE VASCONCELLOS



Durante a Idade Média os dogmas do cristianismo não haviam sido objeto de discussão. O racionalismo renascentista e as rebeldias de Lutero e Henrique VIII, porém, quebram a unidade ideológica cristã. Frente a estas circunstâncias, o catolicismo reage vigorosamente e, em lugar de aceitar modificações em sua doutrina, prefere reanimá-la por inteiro, negando a validade das análises racionais que a contestam em vista da glória de Deus e de sua igreja. A Contra-Reforma, a condenação das desobediências como heresias, as tentativas de demonstrar a precariedade do raciocínio humano em face da verdade divina, o desprezo ostensivo pela lógica mostra a complexidade das soluções propositadamente procuradas para confundir o entendimento, dificultar a compreensão e enfatizar sua significação mítica.


Nesse contexto, o barroco se define pela intenção de fazer a aparência prevalecer sobre a realidade, o conjunto sobre o detalhe, e a complexidade sobre a clareza. Um estilo independente e completo que não incorpora elementos novos à arquitetura e ornamentação, utilizando as soluções dos estilos que o precederam, nem se submete às características, espírito e regras da antiguidade clássica, preferindo, ao contrário, utilizar distintas fontes de inspiração, interpretando-as à seu modo, e condicionando-as a seus objetivos. Para os críticos, essa liberdade de orientação caracterizou o estilo como bastardo. Entretanto, essa aparente incoerência e as supostas distorções dos estilos históricos que pratica, não são acidentais nem podem ser consideradas defeitos ou erros; correspondem a um internacional propósito de demonstrar que tudo pode, deve e está subordinado à fé. Assim, quando protestantes e anglicanos se excluem do contexto católico, igualmente se excluem do contexto barroco.

Igreja de São Francisco, Salvador
Portugal sempre foi um país católico onde os preceitos da Igreja eram aceitos pacificamente. Todavia, jamais acumulou recursos suficientes para o uso do barroco como afirmação de glória e poder. Enquanto a Espanha absorveu o estilo com desenvoltura e criou interpretações próprias, como o Escurial, as arquiteturas plateresca, herreriana e churrigueresca, as mais notáveis construções portuguesas do período eram modestas quando comparadas a realizações similares. Estas circunstâncias que enfraquecem consideravelmente o barroco lusitano só se alteram quando o ouro é encontrado no Brasil.

Sé, Porto / Portugal

Catedral de Santiago de Compostela, Galicia / Espanha

No século XVI e XVII, o mobiliário brasileiro era precário e rústico, o vestuário, limitado. Neste contexto, as características ostentatórias do barroco ficam drasticamente reduzidas. Aparecem apenas em determinados elementos, como nos retábulos, na literatura e na música. Ademais, o barroco ainda não havia desabrochado completamente nem mesmo na Europa onde continuava apegado às soluções renascentistas, às pilastras arquitravadas e aos frontões retos, como no desenho básico de três igrejas de fundamental importância em suas respectivas áreas de influência – a de Jesus, em Roma (1568-1584), a de são Roque, de Lisboa (1561-1573), e a de Nossa Senhora da Graça de Olinda (1584-1662), no Brasil. Esta corresponde ao modelo uniforme adotado por todos os monumentos religiosos construídos no litoral brasileiro. O interior das igrejas, dividido em uma pequena capela-mor e uma nave, reflete a separação intencional entre razão e fé, corpo e alma da igreja: o primeiro racional, simples e secundário em face da importância da segunda – o espírito, a presença de deus nos púlpitos e altares. As construções insofisticadas e precárias em seus pesados e nus volumes, não dispunham de cúpulas: o tipo de cobertura rotineiro no Brasil tanto nas construções religiosas como civis, é a de telhas cerâmicas, em duas águas. Já os interiores surpreendem o visitante desprevenido com o apuro e brilho de sua decoração, polarizada pelos retábulos dourados.

Igreja de Jesus, Roma
Igreja de São Roque, Lisboa
Igreja de Nossa Senhora da Graça, Olinda
A segunda metade do século XVII e a primeira do XVIII correspondem ao apogeu do barroco na Europa. A Contra-Reforma já havia restabelecido completamente o prestígio do catolicismo, substituindo assim, a austeridade das hierarquias civis e religiosas pelas seduções ostentatórias do poder, então reconquistado. O barroco brasileiro acompanha o europeu na conquista de maiores liberdades e ousadias. A descoberta do ouro e dos diamantes no interior do país altera completamente as estruturas sociais e econômicas. Cerca de metade da população portuguesa imigra para a colônia, negros africanos são importados para os trabalho das minas, a capital da colônia transfere-se de Salvador para o Rio de Janeiro, trazendo desenvolvimento para o sul. Ocorre a ampliação do consumo interno, as importações de manufaturados crescem rapidamente monopolizados pela Inglaterra, os portos ganham em importância e as cidades junto deles expandem-se velozmente, dando origem a uma burguesia comercial que começa a desafiar o prestígio dos senhores-de-engenho e dos terratenentes. A corte portuguesa gasta tudo em festas, jóias, doações para o Vaticano em troca de perdão, numa política de consumir sem produzir e que se acentua com o Tratado de Methuen e a transferência de grande parte do nosso ouro para os ingleses, dando origem a base de seu desenvolvimento capitalista e da revolução industrial. As estruturas urbanas se consolidam, constroem-se com maior grandeza, agora em pedra e cal, e com melhor acabamento. Se antes vinham projetos de Portugal, agora chegam não só desenhos como elementos inteiros para serem montados no lugar.

Igreja Nossa Senhora do Pilar, Ouro Preto.
O barroco luso-brasileiro apresenta-se com mais desenvoltura e adquire seu mais alto nível. Aparecem volutas enriquecendo os frontões, que se tornam elementos decorativos, arcos nas fachadas e arquivoltas concêntricas nos retábulos. Difundem-se os traçados losangulares e os torneados de inspiração mourisca, acompanhados de uma crescente complexidade na decoração e incorporam-se tradições bizantinas, muçulmânicas e “chinesices”, como pinturas decorativas de fundo preto ou vermelho. A simetria dos desenhos se realiza por intermédio do equilíbrio de massas; os eixos das composições deixam a vertical para se inclinarem diagonalmente: tudo é grandioso, pretensioso e sensual. A lógica das estruturas desaparece, as curvas começam a predominar sobre as retas, torres aparecem com maior freqüência e a ornamentação expande-se. Contudo, é na ornamentação do interior das casas, edifícios públicos e igrejas que o barroco continua a expressar-se mais enfaticamente. Nas igrejas brasileiras os entalhes dourados espalham-se pelas paredes adjacentes e, em certos casos, acabam por cobrir todas as superfícies interiores. Tetos são trabalhados em relevados desenhos geométricos, pinturas inserem-se nas superfícies planas e painéis azulejados protegem a faixa inferior dos muros. Tudo é feito para impressionar: ou pelo luxo quase mundano e teatral, ou pelas estórias da tradição católica.

Igreja de São Francisco, Salvador
Móveis de jacarandá em curvas contínuas, entalhados com superfícies onduladas e decoradas, com recortes e relevos, largos, confortáveis, diluem seus volumes na eliminação dos ângulos e na delicadeza dos apoios. Aparentam solidez, flexibilidade e orgânica generosidade de formas nas juntas imperceptíveis na continuidade dos desenhos. No vestuário, os tecidos demonstram a euforia da época. Ouro, prata e pedras preciosas são usados em pratos, xícaras, talhares, vasos, bandejas, jóias de homens, mulheres e até escravas e substituem até mesmo outros metais nas guarnições de montaria e carruagens, como ferraduras. A atitude do povo é otimista: tempo de gastar, de exibir, de ostentar, com espírito de mundanismo que se infiltra ate mesmo nas cerimônias religiosas e nos conventos. Contudo, não aparecem palácios no barroco brasileiro e a própria residência dos representantes do rei é modesta se comparada aos solares-nobres abalcoados hispano-americanos. A arquitetura não se beneficia da riqueza disponível, exceto as igrejas.


Entre 1750 e 1800 houve uma maior ênfase na região aurífera. A disseminação do ouro impede a concentração de riquezas, desenvolvendo uma sociedade eminentemente urbana, democrática em espírito, orgulhosa de sua própria capacidade, ciosa de seus direitos e com um alto senso de autonomia que forja, em seguida, a independência do país. Uma intensa miscigenação favorece o artesanato que, recebendo as idéias européias apenas através de informações orais e textos ilustrados religiosos ou técnicos, pode interpretá-las a seu modo, criando soluções regionais. As construções continuam pobres em dimensões. As fachadas das igrejas mineiras reduzem suas aberturas ao mínimo, porém, esquematizam o desenho, expressando-se artisticamente pela própria forma volumétrica que adotam, pela harmônica proporção de suas partes e pelo refinamento dos escassos elementos ornamentais que aceitam. Pela primeira vez na arquitetura cristã, torres cilíndricas aparecem nas igrejas. Tudo isso acontece em uma região do interior brasileiro de difícil acesso e no justo momento em que o barroco estava desaparecendo na Europa. O rococó persiste até o fim do século, embora se tenha reduzido consideravelmente a profundidade das composições, os desenhos apresentando-se novamente compreensíveis e as estruturas nítidas. Quando a pedra substituiu a madeira e o barro nos edifícios, suas plantas se tornam poligonais ou elípticas, curvas e contracurvas orientam e ondulam as construções, arcos apontados em frontões, cornijas e cul-de-lamps, abandonam suas proporções pesadas e românicas, ficam mais elegantes, mais altas, com clara predominância das linhas verticais. O rococó brasileiro e o mineiro apresentam maiores similitudes com o da Europa central: é ousado e exuberante, ajustando-se muito mais aos modelos italianos e germânicos do que aos portugueses. Embora na arquitetura as curvas se imponham nas plantas, o contrário se verifica no mobiliário do período, pois perdem sua estrutural plasticidade e mostram-se indecisos entre a curva e a reta. Reaparecem os ângulos e as arestas vivas, estofados inserem-se nos assentos recobertos de veludos e brocados originando móveis frágeis e delicados. Na região do ouro, as novas modas não expressam decadência nem traduzem a agonia de um estilo em seus últimos momentos. São interpretadas com um vigor e refinamento que as caracterizam muito mais como manifestações de um estilo novo, em ascendência ou em pleno florescimento. Reduzindo as composições a suas mais simples e esquemáticas formas, usando os próprios volumes como único componente emocional, eliminando as decorações supérfluas para enfatizar o ornato essencial, clarificando as proposições e fazendo-as concisas, o barroco mineiro apresenta-se como um capítulo a parte na história do estilo. Minas Gerais alcança, assim, seu mais alto nível cultural, manifestando em todos os seus aspectos: na escultura e arquitetura, na musica sacra, na literatura e na pintura. São as manifestações culturais mineiras que criam as bases peculiares da sensibilidade brasileira que se revelam nitidamente nas manifestações culturais contemporâneas de maior significação como na arquitetura de Oscar Niemeyer e Lucio Costa.

Salón Gasparini del Palacio Real de Madrid
O ouro brasileiro se esgotara no século XIX. A revolução francesa, a condenação dos jesuítas minando o espírito da Contra-Reforma e a expansão industrial inglesa encerram o ciclo barroco. Os exércitos napoleônicos chegam a Portugal e forçam a rainha e seu filho regente a se transferirem para o Brasil, trazendo momentâneas expectativas de progresso. Contudo, a Corte retorna a Portugal, Dom Pedro proclama a independência nacional e retornam as atividades agropastoris, o café substituindo o açúcar em que os resultados econômicos beneficiando o Rio de Janeiro e depois, São Paulo. As artes brasileiras seguem timidamente a evolução artística européia. O útil substitui o ostentatório em uma nova prevalência do racionalismo sobre as manifestações românticas. Não há mais grandes igrejas ou palácios. A arte refugia-se na pintura, nos objetos domésticos, nas jóias, nos moveis delicados e frágeis, com linhas e ângulos retos, em geométricas composições e raras curvas. No vestuário predominam o decoro e a modéstia no vestir. Tentativas racionalistas de ressuscitar o renascimento com artistas franceses ficam restritas à capital do país. Essa repercussão do neoclassicismo introduz as platibandas nas fachadas das residências e elimina as janelas com treliças de madeira (gelosias ou rótulas). Entretanto, o neoclássico jamais se impôs completamente no Brasil, onde muito cedo se transforma em um ecletismo confuso. O mobiliário segue essa orientação heterogênea. De um lado a inspiração nas composições barrocas; de outro, adota detalhes importados da França e da Inglaterra, como pés de bichos, cabeças de cisnes, guirlandas de flores e art-nouveau. Foi sob a influência do barroco que se formou a cultura nacional e é ele, ainda, seu básico componente. O barroco transplantou-se para o Brasil com as características que tinha em Portugal: discreto na arquitetura, refinado a ornamentação. Em Minas Gerais adaptou-se ecologicamente às difíceis condições do país, superando-as com a capacidade extraordinária de uma população admiravelmente miscigenada. Com o espírito barroco, o Brasil expandiu-se territorialmente, promoveu sua unidade e estabeleceu-se firmemente como um país independente.

Igreja Nossa Senhora da Candelária, Rio de Janeiro.

ESTAÇÃO SUSTENTÁVEL: Transformação engajada


Reforma em estação de trem paulistana incluirá ações para reduzir o consumo energético em até 40%, além de tratamento térmico da cobertura e um novo paisagismo, com menos custos de irrigação



Em obras para se tornar a primeira estação de trem sustentável do mundo, a USP-leste, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) integra um grupo de imóveis que estão implementando medidaspara aumentar a eficiência energética, reduzir o consumo de água e melhorar o conforto ambiental dos usuários

Ao lado de outros 24 prédios paulistanos em busca dos selos Aqua e LEED para empreendimentos sustentáveis, já conquistado pelo edifício CYK (abaixo.), essa repaginação está em sintonia com um movimento mundial gerado pelo desafio de combater as mudanças climáticas no planeta. 

Isso porque reformas verdes em prédios existentes podem ser mais eficazes do que erguer novos edifícios com projetos 100% sustentáveis. "Várias cidades europeias já perceberam que reabilitar é menos impactante, pois aproveita a infraestrutura urbana do local", diz luiz henrique Ferreira, diretor da consultoria Inovatech Engenharia. Por aqui, há muito potencial. Segundo o IBGE, só a capital paulista registra 353 mil imóveis vazios, todos candidatos à revitalização.

Na avenida Paulista, o condomínio Comendador Yerchanik Kissajikian (CYK), construído em 2003 e certificado pelo LEED, já consome 30% menos água

RETROFIT EM CASA
Pequenas mudanças no dia a dia podem render bons resultados, de acordo com o engenheiro Luiz Henrique Ferreira.

■ A primeira ação é analisar o uso e a manutenção da residência. Aqui, entram atitudes como estancar vazamentos de água, desligar aparelhos eletrônicos e tomar banhos mais curtos.
■ Outra medida simples: trocar as lâmpadas comuns por modelos mais econômicos e optar por válvulas sanitárias de duplo fluxo.
■ Plantar hibiscos ou bambus melhora o conforto térmico do lugar.
■ Luiz Henrique lembra ainda que uma solução eficiente, porém mais cara, é instalar um aquecedor solar de água. Isso ajuda a reduzir em média 30% o consumo de energia.



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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Alexandre Mancini mostra o modernismo de BH

O artista plástico belo-horizontino Alexandre Mancini criou uma discotecagem para a arquitetura moderna brasileira. Pedimos a ele para nos contar que arquitetura é essa que tanto o inspirou. O resultado é esse roteiro de 12 prédios modernos (com nome do arquiteto e data seguidos do endereço) entre as praças Sete e da Liberdade, região central de BH, onde o modernismo se traduz em arranha-céus, com surpresas do topo à calçada. Entre no jogo de identificar outros prédios modernos pelo caminho. 

1. Ed. Niemeyer. Praça da Liberdade, 153. Oscar Niemey­er, 1954. Repare: nos ladrilhos hidráulicos disfarçados entre um brise-soleil e outro. O painel em preto-e-branco é do artista carioca Athos Bulcão. 

2. Ed. Mape. R. Gonçalves Dias, 1354. Sylvio de Vasconcellos, 1958. Repare: na fachada azul e rosa e nos pilares cobertos de vidrotil do térreo. 

3. Ipsemg. R. Gonçalves Dias, 1434. Raphael Hardy Filho, 1964. Repare: na divisão da estrutura em três módulos e no vaivém das pessoas através da fachada envidraçada. 

4. BDMG. R. da Bahia, 1600. Humberto Serpa, Marcos Mey­er, Márcio Pinto e William Ramos Abdalla, 1969. Repare: na estrutura externa autônoma, fazendo com que a caixa de vidro pareça flutuar, e na pérgula de concreto - os recortes circulares emolduram o céu e projetam sombras no chão. 

5. Detran. Av. João Pinheiro, 417. José Ferreira Pinto, 1956. Repare: na rampa da entrada que leva o espaço da rua para o interior do prédio, como uma continuação da calçada. 

6. Residencial Solar. Av. João Pinheiro, 85. Ulpiano Nunes Muniz, 1955. Repare: em como os dois blocos perpendiculares parecem ser edifícios diferentes, na fachada cega revestida de cerâmica vitrificada e nas paredes de cobogós (elementos vazados de concreto). 

7. Tribunal de Justiça de Minas Gerais. R. Goiás, 229. Raphael Hardy Filho, 1949. Repare: na entrada com pé-direito monumental e no painel do saguão, de Di Cavalcanti. 

8. Posto de Informação - Mercado das Flores. Av. Afonso Pena, 1055. Tarcísio Silva, 1950 ou 1960. Repare: na cobertura curva concebida como abrigo de bondes e na pequena marquise ondulada que a acompanha. 

9. Conjunto Sulacap-Sulamérica. Av. Afonso Pena, 981. Roberto Capello, 1941. Repare: na passagem interna que liga a avenida Afonso Pena e o viaduto Santa Tereza e na fachada pouco decorada, característica do modernismo. 

10. Ed. Christiano Guimarães. R. Espírito Santo, 605. Luciano Alfredo Santiago e Raul de Lagos Cirne, 1952. Repare: nas diferentes alturas dos dois blocos, com 12 e 24 andares, e na fachada de trás, com arcos e revestimento de pastilhas. 

11. Ed. Hércules. R. Espírito Santo, 466. Sandoval Azevedo, 1964. Repare: nos azulejos do saguão, idênticos às peças de Paulo Werneck que revestem o Museu de Arte da Pampulha, a Casa do Baile e o Iate Tênis Clube - esse já é outro roteiro*. 

12. Bemge. R. Rio de Janeiro, 471. Oscar Niemeyer, 1955. Repare: no jogo de espelhos que estabelece com o Edifício Helena Passig, na outra esquina do mesmo quarteirão. 

* Para ir do centro à Pampulha de ônibus, pegue a linha 2004, sentido Bandeirantes. Há um ponto nas imediações da praça Sete. Tarifa: 2,30 reais. Conheça uma trilha sonora (que Alexandre Mancini pinçou de sua discotecagem para a arquitetura moderna) para acompanhar os passeios no site da revista Vida Simples É puro samba-jazz!


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