quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Fundação City Media

Recebi esse e-mail e quase caí de costas... Que honra!!!


"Olá,
Encontrei o seu blog Archtecture Club no Blogger e talvez tenha uma proposta interessante a fazer-lhe.
Trabalho para a fundação CityMedia (citymediafoundation.org) e actualmente estamos a oferecer a bloggers
relevantes de todo o mundo uma oportunidade de se tornarem administradores do site de vídeos da respectiva
cidade; por isso estou a contactá-lo.
Criámos a rede [City].vi, fazendo vídeos de cidades do mundo acessíveis de forma instintiva com este
modelo de endereço: “nome da cidade” seguido de “.vi”
Por exemplo: paris.vi, madrid.vi, chicago.vi, losangeles.vi, etc.
O modelo de endereço funciona com 68.000 das cidades mundiais mais importantes. Pense numa cidade
e experimente...
O objectivo da rede [City].vi é tornar-se no recurso líder de conteúdos de vídeo local.
A nossa estratégia: trabalhar com bloggers locais relevantes.
Teríamos muito gosto em que se tornasse administrador do contagem.vi e oferecesse
aos cibernautas uma selecção vídeo abrangente sobre Contagem.
Ao gerir o site de vídeo da sua cidade, ganha todas as receitas provenientes do
site: anúncios publicitários, registo de profissionais, hiperligações...
Basicamente, gerir o contagem.vi consiste em dar a conhecer o site à população
local para que postam e vejam os vídeos.
Venha ao site, encontrará a proposta detalhada e as vantagens de trabalhar
connosco e de assumir o controlo do site de vídeo da sua cidade.
Video: http://www.youtube.com/watch?v=Kl500NppDCY
Facebook: http://www.facebook.com/city.vi
Twitter: http://www.twitter.com/city_vi
Agradecemos a sua atenção.
Vicki Karlin
City.vi Manager
City.vi, a tool by CityMedia Fdt
citymediafoundation.org
Siga esta hiperligação se não quiser mais receber informações nossas.
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Copyright © 2009-2010 CityMedia Fdt."

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

sábado, 18 de dezembro de 2010

Conforto e sustentabilidade


Duas ideias relativamente simples e eficientes ganham força nos Estados Unidos e Europa: pintar os telhados de branco e utilizar vidros de controle solar. O secretário da Energia dos Estados Unidos, Steve Chu, ganhador de um prêmio Nobel de Física, está trabalhando para tornar lei o trabalho de outro cientista, Art Rosenfeld, um membro da Comissão Estadual de Energia da Califórnia que está em campanha pelos telhados brancos desde os anos 80.
O argumento é claro: se todos os telhados do mundo fossem claros, isso poderia representar uma redução do equivalente a 24  bilhões de toneladas em emissões de dióxidos de carbono, nos próximos 20 anos, o que equivale às emissões de todo o mundo no ano passado. Isto ocorre porque com o telhado branco há uma redução de, no mínimo, 10% no consumo  de energia de uma casa. Na Grécia e boa parte do mediterrâneo isto já é uma prática milenar. Agora, da Dubai a Nova Delhi e Osaka, no Japão, os telhados reflexivos vêm sendo promovidos pelas autoridades locais cuja prioridade é reduzir custos de energia. Nos Estados Unidos, eles se tornaram equipamento padronizado já há uma década, nas lojas novas da cadeia Wal-Mart. Mais de 75% das 4268 lojas que o grupo opera nos Estados Unidos estão equipados com eles. A União Européia começa a discutir uma norma para que todas as janelas sejam de vidros de controle solar.
É uma questão que pode reduzir drasticamente o consumo de energia elétrica e a emissão de gás carbônico. Além disso, economizar energia significa mais que economia financeira. É uma atitude ecologicamente correta, que contribui de maneira direta para um planeta mais saudável.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Uso eficiente da água traz ganho econômico e ambiental

Das pequenas empresas às grandes indústrias, preocupação com o insumo é crescente
Na área residencial, mercado já lança projetos para evitar desperdício

Reduzir o uso da água em todas as atividades já deixou de ser uma questão exclusivamente ambiental e se tornou uma necessidade que vem sendo percebida desde a pia da cozinha até os grandes e complexos processos industriais. "É uma tendência inexorável que se trate melhor a água.
O fato concreto é que até hoje, na quase totalidade das regiões, os usuários conseguem usar toda a água que pretendem, mas isso está chegando no seu limite", diz o diretor da Sociedade Mineira de Engenheiros (SME), engenheiro especialista em recursos hídricos, Sérgio Menin Teixeira de Souza.  Ele diz que o Brasil ainda tem poucas ações efetivas para preservação do recurso, mas exemplos de empresas que fazem uso racional da água já existem. 
Quem vai à choperia Albanos, em Lourdes, por exemplo, se encanta com o jardim vertical de seis metros de altura, mas não imagina que a água que mantém o viço das 1.300 mudas vem da água da chuva. O jardim é irrigado três vezes ao dia, num consumo total de 75 litros de água, que são tirados de uma caixa subterrânea que recolhe água de chuva. "A longo prazo, economia é boa", afirma o arquiteto que elaborou o projeto, Luis Gustavo Vieira.  

Na Usiminas 95,5% da água necessária ao processo produtivo é recolhida, tratada e reutilizada. O processo começou em 1997, com reaproveitamento de 60% do insumo, percentual que foi crescendo com o tempo. O superintendente de meio ambiente, Ricardo Salgado, explica que as ações reduzem o impacto ambiental e geram redução de custos. O gerente de cobrança pelo uso da água da Agência Nacional das Águas (ANA), Patrick Thomas, alerta sobre a importância de se fazer um uso racional da água. "A falta de água pode afetar o crescimento econômico. Se acaba o petróleo, há outros tipos de energia, mas, para a água, não há substituto", afirma.
 
Na área residencial, desejo de ter uma casa sustentável esbarra no custo. Um projeto com reaproveitamento de água, uso de luz solar e outros recursos, custa, em média, 15% mais que uma construção convencional. "O cliente se preocupa com isso, mas desiste porque o projeto fica mais caro", afirma o arquiteto Maurício Miranda, da Torres Miranda Arquitetura. Ele diz que Belo Horizonte perdeu a chance de incluir exigências de projetos sustentáveis na nova Lei de Uso e Ocupação do Solo, que entrou em vigor em maio. Cidades como Brasília, já têm essas exigências.

Exemplo - Casa se torna sustentável
Na casa da psicoterapeuta Renata Borja sustentabilidade faz parte da rotina. Construída em 2008 no bairro Mangabeiras, região Centro-Sul de Belo Horizonte, a casa foi toda projetada para evitar gastos desnecessários, aproveitar e reutilizar os recursos naturais. Somente para recolher água de chuva são seis caixas d´água com 6.000 litros cada uma. A água armazenada é usada para lavar carros, irrigar o jardim, lavar a garagem e para descarga nos seis banheiros, todos com caixa acoplada, que ajuda a economizar água. 

"Quando comecei o projeto, todo mundo falava que não valia a pena, que ia ficar caro e nem os engenheiros sabiam direito como fazer os projetos", conta. A dificuldade era tanta que foi o pai de Renata quem teve que "inventar" um sistema que avisa quando a água dos reservatórios acaba. "Não encontrei nada no mercado", lembra. Ela gastou cerca de 15% a mais do que em um projeto tradicional, mas não tem dúvidas de que o investimento valeu a pena. "Mesmo que o ganho nunca pague o meu gasto, não me importo. Estou fazendo a minha parte, colaborando com o planeta", diz. (APP)


Desperdício Alto. 
De acordo com a ONU, cada pessoa precisa de cerca de 110 litros de água por dia para atender às suas necessidades de consumo e higiene. No entanto, no Brasil, o consumo chega a 200 litros per capita por dia.
Veja aqui o significado de cada sigla

Preço - Cobrança pelo uso incentiva boas práticas
Em Minas, três bacias tarifam quem capta e devolve a água aos rios
A cobrança pelo uso da água nas bacias hidrográficas incentiva o uso racional do insumo. A avaliação é do gerente de meio ambiente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Wagner Soares Costa. "A cobrança é necessária, inclusive, para induzir à gestão sustentável do recurso", afirma. Ele completa que as indústrias já estão desenvolvendo mecanismos para tratar e reutilizar o recurso.  Das 38 bacias hidrográficas que cortam Minas Gerais, três já têm cobranças - Araguari, Velhas e Paraíba do Sul - e em uma, a do São Francisco, já está autorizada e deve começar nos próximos meses. 

A expectativa é que, no próximo ano, a cobrança comece a ser feita em mais cinco bacias que passam pelo Estado.  No Brasil, segundo a Agência Nacional das Águas (ANA), 18 bacias já implantaram a cobrança, sendo 15 estaduais em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, e três interestaduais, que são aquelas que cortam mais de um Estado e são consideradas águas da União.  Segundo a agência, a cobrança tem o objetivo de incentivar o uso racional das águas, já que os consumidores percebem o quanto usam e investem em maneiras de reduzir o gasto. Antes de instituir a cobrança, é preciso ter um plano diretor da bacia, o cadastro dos usuários e uma agência de bacias. As empresas de saneamento são as maiores consumidoras. As indústrias representam de 12% a 18% do total, dependendo da bacia. 

Os preços também variam de acordo com a região, mas, em média, o custo é de R$ 0,01 por metro cúbico captado, R$ 0,02 por metro cúbico devolvido ao rio e R$ 0,07 por carga orgânica. Os valores podem ter acréscimos ou descontos se enquadrados em determinados parâmetros. Os valores são definidos pelos comitês de bacia, que têm a participação dos usuários. Wagner Costa explica que mesmo quem não capta diretamente do rio paga pelo uso porque as concessionárias de água e esgoto repassam a cobrança ao consumidor.
Indústria já faz tratamento




Nas indústrias, uso racional da água significa, além de benefício ambiental, redução de custos e otimização de processos. É o caso da Coca-Cola Femsa, que investe em tratamento e reaproveitamento de água, e colhe bons resultados. Há três anos, a empresa gastava 2,24 litros de água para fazer um litro de refrigerante. Hoje, o gasto é de 1,96 litro. "A economia aparece mais em volume de produção do que em dinheiro", diz a chefe de engenharia de meio ambiente da Coca-Cola Femsa, Nellanda Moulin Rocha. A fábrica tem uma estação de tratamento, reaproveita parte da água usada na produção, e também modificou alguns processos produtivos, como a lubrificação das esteiras que era feita com água, e, agora, é a seco.
Patrimônio Diferencial.
O Brasil tem um dos maiores patrimônios hídricos do planeta. Cerca de 12% da água doce superficial do mundo circula no país, o que pode se tornar um importante diferencial competitivo.


"Líquido que é a fonte da vida"
Mais importante líquido da natureza, a água representa 70% do nosso corpo e da constituição do planeta. Podemos ficar sem comer por cerca de um mês, mas apenas sete dias sem água. Mas, mesmo diante da sua importância, o ser humano não dá a ela devido valor. A água potável está cada vez mais escassa. Há muito, o homem procura resolver esse problema pela dessalinização da água do mar, mas os processos usados até há bem pouco tempo eram onerosos (osmose reversa) e obtinham um produto pobre. Nos últimos anos, um estudioso de São Paulo elaborou um método de dessalinização (eletroforese) com a obtenção de uma água rica, com cerca de 81 minerais. Esta poderá ser a solução da falta de água potável, pois trata-se de uma metodologia barata e que poderá ser usada em larga escala. É uma revolução, mas não nos desobriga a cuidar da fonte da vida.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Série: Qual é o vidro ideal: #3

Armários:
Curvos, Espelhos de segurança, Impressos, Serigrafados e Temperados
















sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Visitem

Adorei esse blog!!!

Acho digno todo mundo dar uma olhadinha!!!

Porque todo mundo  tem seus vários momentos de ócio...

inclusive eu, que deveria estar trabalhando...

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A participação comunitária na cidade contemporânea

Encontrei essa reportagem navegando na net e resolvi colocar aqui. Vale a pena conhecer um pouquinho mais de Joseph Rykwert, um dos membros do CIAM.

Fonte: Google Imagens

"A participação comunitária na cidade contemporânea

O Team X (que recebeu esse nome por ser o grupo responsável pela organização do CIAM X de 1956) propôs, ainda nos anos 1950, recolocar nos projetos o homem real das ruas no lugar do Modulor, homem ideal, de Le Corbusier e da “velha guarda” dos CIAM. As questões das diferenças individuais passaram a ser estudadas no lugar do coletivo ideal. A idéia principal era de devolver a cidade a seus habitantes. O grupo era heterogêneo e eclético mas tinha a convicção comum de ir contra a doutrina da Carta de Atenas(A Carta de Atenas se refere às discussões acerca da Cidade Funcional travadas durante o CIAM IV a bordo do Patris II em uma travessia Marselha-Atenas em 1933. A Carta só foi publicada 10 anos depois, durante a ocupação alemã de Paris, pelo próprio Le Corbusier. Outra versão dos debates é publicada por Josep Lluis Sert, exilado nos Estados Unidos, no seu livro: Can our cities survive?). Joseph Rykwert, uma dos membros, continua até hoje seguindo esta linhagem teórica, ao insistentemente buscar alternativas ao modernismo (Uso o termo modernismo de forma pejorativa para indicar a massificação como uma perda de qualidade da arquitetura moderna construída em larga escala, para o menor número de pessoas e da forma mais rápida possível (pré-fabricada). O urbanismo proposto por Le Corbusier, exposto como uma doutrina na Carta de Atenas, foi massificadamente construído na Europa do pós-guerra, principalmente sob a forma de enormes conjuntos habitacionais modernistas (muitas vezes repetições dos mesmos projetos em série).) ao longo de toda sua obra. Pode-se notar uma influência direta de Van Eyck (Aldo Van Eyck, um dos primeiros arquitetos a contestar o racionalismo dos CIAM, já dizia em 1947 que “O CIAM sabe que a tirania do senso comum cartesiano alcançou seu ápice”. Van Eyck também foi um dos precursores do estudo da arquitetura vernácula, em particular dos Dogons.), sobretudo temática, ligada ao estudo da mitologia e dos rituais, ou seja, ao resgate de um simbolismo primitivos claramente ausente do racionalismo do pensamento moderno.
O autor, mesmo ao trabalhar com temas bastante díspares, demonstra sempre uma preocupação humanista com a organização do espaço em geral, seja na escala arquitetônica ou urbana. Seu interesse central está no estudo das formas pelas quais o homem organiza seu espaço, seja este uma cabana primitiva ou a cidade contemporânea. Ao longo de seus textos são estudados os conteúdos simbólicos das sociedades e das cidades, as diferenças culturais, religiosas, psicológicas, e, principalmente, a simbologia das formas resultantes. Em oposição clara à Carta de Atenas, que pretendia eliminar as diferenças e conflitos da cidade moderna, Rykwert quer mostrar que são exatamente essas diferenças e conflitos que tornam as cidades lugares mais sedutores.
Em A sedução do lugar Rykwert faz um apelo a favor da participação e da ação comunitária, das iniciativas de cidadãos em protestos coletivos para resolução de problemas urbanos. Trata da responsabilidade de arquitetos e urbanistas (mea-culpa corporativo) e lembra que toda a ação urbanística é antes de tudo política. Além de propor um maior envolvimento público dos habitantes, o autor também ressalta diferentes maneiras de se resolver questões urbanas, ou seja, de se passar do protesto ao projeto. Com um discurso muito próximo ao de Jane Jacobs em Morte e vida das cidades americanas, Rykwert comenta sobre o “mal estar urbano” e os possíveis “remédios” para melhorá-lo (Na época da publicação do livro de Jacobs (1961), Lewis Mumford publica na revista New Yorker um artigo crítico com o irônico título: “Mamãe Jacobs e seus remédios para o câncer urbano”. Jane Jacobs rebateu afirmando que além de machista, Mumford nunca gostou de grandes cidades como Nova York.). Defende a sutileza e a modéstia nas intervenções urbanas (Os projetos e intervenções urbanas são cada vez mais espetaculares e midiáticas nas mais recentes revitalizações urbanas, que sempre acabam por expulsar a população mais pobre do local (gentrification).), e termina o livro invertendo uma máxima de Daniel Burnham (Daniel Burnham é autor do Plano de Chicago, de 1909, um modelo para a modernização das cidades nos EUA.) que dizia: “Não faça planos pequenos”. Joseph Rykwert, por sua vez, aconselha: “Faça planos pequenos, e muitos deles”.
No epílogo da edição brasileira o autor cita o caso do onze de setembro em Nova York, e comenta o ataque terrorista às torres gêmeas mostrando como este reforça, de uma forma particularmente dramática, a questão do valor simbólico da arquitetura. Para quem não conhece esta ironia da história da arquitetura, as torres gêmeas do World Trade Center, destruídas em 2001 no ataque terrorista (que já tinham sido alvo de um atentado em 1993), foram inauguradas em 1972, quando ainda eram as torres mais altas do mundo, o que simbolizava o poderio econômico dos EUA e reforçava a posição central de Nova York no comércio mundial, como o nome do prédio indica. E 1972 foi também o ano conhecido como o início nos EUA do chamado “Pós-modernismo” em arquitetura, principalmente por causa da implosão controlada do Pruitt Igoe, um conjunto habitacional modernista, o que para Charles Jencks simbolizou o enterro oficial do movimento moderno (O movimento moderno já tinha terminado com o final dos CIAMs e a construção em massa de conjuntos habitacionais já vinha sendo muito criticada na Europa desde os anos 1950, principalmente pelo próprio Team X e pelos Situacionistas.). O conjunto Pruitt Igoe foi projetado pelo mesmo arquiteto, Minoru Yamasaki, do World Trade Center. Yamasaki passou a ser um dos arquitetos mais conhecidos do mundo por suas obras implodidas, talvez por ser também um dos que mais tenha tornado explícita e inequívoca esta função simbólica em sua arquitetura, ao criar ícones midiáticos e espetaculares, que acabaram se tornando alvos.
Rykwert chama atenção para esta função simbólica, ou melhor, metafórica, da arquitetura. Ou ainda alerta para seu poder metafórico, que foi tragicamente reafirmado pelos terroristas em setembro de 2001. Protesta contra a arrogância da arquitetura, contra a megalomania dos projetos faraônicos contemporâneos, e propõe, no lugar dos mega-monumentos, projetos mais modestos, mais sutis, em suma, mais humanos. O epílogo ganha um tom mais panfletário do que o resto do livro, como se o ataque terrorista tivesse explicitado, de forma trágica, o que o autor já tinha tentado dizer de forma indireta, e que poderia ser resumido na seguinte equação: pressão cívica versus função simbólica.
Joseph Rykwert deixa uma mensagem final bem clara. Ele pede para que os arquitetos e urbanistas prestem mais atenção às possíveis consequências do que eles projetam; e para que os cidadãos em geral prestem mais atenção aos projetos dos arquitetos e urbanistas, e também às posições quanto às questões urbanas dos políticos responsáveis. Quase um slogan do tipo: ao votar pense na forma de cidade que você deseja! O recado fica ainda mais explícito no final do texto: “Não liguem para as opiniões de seus candidatos sobre aborto e direitos dos homossexuais – ou qualquer outro interesse de facções, por mais importantes que sejam. Interroguem-no sobre a sua posição sobre assuntos que dizem respeito à tessitura da cidade, perguntem-lhe se ele sabe que o tecido da cidade é uma metáfora da sociedade que você e ele querem viabilizar”."

Paola Berenstein Jacques, arquiteta e urbanista, professora da Faculdade de Arquitetura, do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo e do Mestrado em Artes Visuais da Universidade Federal da Bahia, pesquisadora CNPq. Autora de Les favelas de Rio (Paris, l'Harmattan, 2001); Estética da ginga (Rio de Janeiro, Casa da Palavra, 2001); Esthetique des favelas (Paris, l'Harmattan, 2003); co-autora de Maré, vida na favela (Rio de Janeiro, Casa da Palavra, 2002) e organizadora de Apologia da deriva (Rio de Janeiro, Casa da Palavra, 2003).
[resenha originalmente publicada na Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, v. 5, n. 2. São Paulo, NERU, nov. 2003, p. 97-98.]