Émile Durkheim |
Do Latim fungere, ‘desempenhar’. O Dicionário de Ciências Sociais define o
funcionalismo como: a perspectiva utilizada para analisar a sociedade e seus
componentes característicos enfocando a mutua integração e interconexão deles.
O funcionalismo analisa o caminho que o processo social e os arranjos
institucionais contribuem para a efetiva manutenção da estabilidade da
sociedade. A perspectiva fundamental é oposta às maiores mudanças sociais. É uma
doutrina que pretende explicar aspectos da sociedade em termo de funções
realizadas ou suas conseqüências para sociedade como um todo, explicar as
instituições sociais como meios coletivos de satisfazer necessidades biológicas
individuais. Mais tarde se concentrou nas maneiras como as instituições sociais
satisfazem necessidades sociais. O funcionalismo é associado com Émile Durkheim
e mais recentemente com Talcott Parsons. O estruturo-funcionalismo tem a visão
de que a sociedade é constituída por partes (por exemplo: polícia, hospitais,
escolas e fazendas), cada uma com suas próprias funções e trabalhando em
conjunto para promover a estabilidade social. O estruturo-funcionalismo foi a
perspectiva dominante de antropologistas culturais e sociólogos rurais entre a
II Guerra Mundial e a Guerra do Vietnã. Juntamente com a teoria do conflito e o
interacionismo funcionalismo é uma das três principais tradições sociológicas.
Talcott Parsons |
Uma
função social é, "a contribuição feita por qualquer fenômeno a um sistema
maior do que o que o fenômeno faz parte". Esse uso técnico não é o mesmo
da ideia popular de função como um "evento/ocasião" ou uma obrigação,
responsabilidade, ou profissão. Nos anos 60, o funcionalismo era criticado por
ser incapaz de se responsabilizar por mudanças sociais ou contradições estruturais
e conflito e dessa maneira frequentemente chamada teoria do consenso. Críticos
mais fortes incluem o argumento epistemológico que diz que o funcionalismo
tenta descrever instituições sociais apenas através de seus efeitos e assim não
explica a causa desses efeitos, ou coisa alguma, e o argumento ontológico que a
sociedade não pode ter "necessidades" como os seres humanos, e até
que se a sociedade tem necessidades elas não precisam ser satisfeitas. Anthony
Giddens argumenta que explicações funcionalistas podem todas ser reescritas
como descrições históricas de ações e conseqüências humanas individuais.
Anterior aos movimentos sociais dos anos 60, o funcionalismo foi a visão
dominante no pensamento sociológico; depois daquele tempo a teoria de conflito
desafiou a sociedade corrente, defendida pela teoria funcionalista. Cohen
argumenta que mais do que necessidades, a sociedade tem fatos tendenciais:
característica do ambiente social que sustenta a existência de instituições
sociais particulares mas não as causa.
Fonte: Google Imagens |
Talcott
Parsons (1902-1979) era obsessivo por determinar a função que os
indivíduos desempenhavam na estrutura social visando a excelência das coisas.
Era um estudioso da Estratificação Social não da mudança ou da transformação,
admirador da organização de um formigueiro, no qual o papel dos indivíduos (das
operárias à rainha-mãe) é devidamente pré-determinado e ordenado em função da
manutenção e aperfeiçoamento de um sistema maior.
Ocorre
que Parsons, que também foi tradutor da obra de Max Weber e seu difusor nos
Estados Unidos, foi contemporâneo das linhas de montagem, a Scientific
Management, o chamado Gerenciamento Científico, introduzidas por F.Taylor
(1856-1915) e por Henry Ford (1863-1947), cujas espantosas modificações no
processo produtivo, verdadeiramente revolucionárias, foram necessárias à
produção em massa. A
nova maneira de produzir os manufaturados começou a ser adotada em larga escala
a partir da Primeira Guerra Mundial, difundindo-se de modo impressionante nos
anos de 1920 por boa parte do mundo. Pode-se então dizer que Talcott Parsons
foi, antes de tudo, o intelectual orgânico das novas técnicas produtivas
adotadas pelas industrias: o taylorismo e o fordismo.
Fonte: Google Imagens |
Esquema
da visão funcionalista da sociedade
Adaptação
(base material)
|
Objetivos
a alcançar (sistema político)
|
Integração
(sistema educacional)
|
Manutenção pela educação dos modelos culturais (na família/pela elite do poder) |
Para os funcionalistas, a
sociedade está constituída por subsistemas (estruturas) que operam (funcionam)
de modo interdependente. Cada um dos componentes do sistema, suas partes, tal
como uma peça qualquer em relação a uma máquina, desempenha papéis que visam
contribuir para estabilidade e ordem social, por isso tal abordagem ou teoria é
chamada de funcionalismo-estrutural. A partir dessa visão totalizadora da
sociedade, o passo seguinte é determinar os seus componentes básicos formados
pela economia, o sistema político, a família e o sistema educativo em geral,
com seus valores e crenças bem definidos. Para os funcionalistas estes
componentes atuam por interação, tendo capacidade de adaptação para enfrentar
os imprevistos e as exigências de mudanças que surgem aqui e acolá.
Fonte: Google Imagens |
Linha central fundamental da estratificação: atribuições versus realização:
1. O status atribuído: resultados do nascimento ou das qualidades biológicas hereditárias (por exemplo idade, sexo)
2. O status alcançado: resultado das ações pessoais (esforço, trabalho duro, talento)
Avaliação Moral
Expectativa feita na base da avaliação moral, tendo por resultado graus de respeito ou de desaprovação (status)
Seis bases da avaliação moral diferencial:
1. Sociedade na unidade do parentesco (pelo nascimento, pela união)
2. Qualidades pessoais (sexo, idade, beleza pessoal, valor e força da inteligência)
3. Realizações (resultado de ações do indivíduo)
4. Possessões (coisas materiais e não-materiais que pertencem a um individual e pode ser transferida)
5. Autoridade (reconhecimento institucional, direito legítimo para poder influenciar as ações de outras)
6. Poder (habilidade de influenciar outros e fixar possessões que não sancionadas institucionalmente)
1. O status atribuído: resultados do nascimento ou das qualidades biológicas hereditárias (por exemplo idade, sexo)
2. O status alcançado: resultado das ações pessoais (esforço, trabalho duro, talento)
Avaliação Moral
Expectativa feita na base da avaliação moral, tendo por resultado graus de respeito ou de desaprovação (status)
Seis bases da avaliação moral diferencial:
1. Sociedade na unidade do parentesco (pelo nascimento, pela união)
2. Qualidades pessoais (sexo, idade, beleza pessoal, valor e força da inteligência)
3. Realizações (resultado de ações do indivíduo)
4. Possessões (coisas materiais e não-materiais que pertencem a um individual e pode ser transferida)
5. Autoridade (reconhecimento institucional, direito legítimo para poder influenciar as ações de outras)
6. Poder (habilidade de influenciar outros e fixar possessões que não sancionadas institucionalmente)
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