O Positivismo é uma corrente filosófica do começo do século
XIX nascida na França. O principal idealizador do positivismo foi Augusto Comte, francês (1798-1857), criador da teoria
dos três estados do conhecimento humano. Comte viveu num tempo intermediário entre o apagar das luzes do iluminismo
e a era das grandes generalizações em ciência, um tempo em que o mundo natural
parecia acessível à força do intelecto, no culminar do pensamento mecânico da
Revolução Industrial. Comte morreu dois anos antes de Darwin publicar A
Origem das Espécies, em 1859. Também não viveu o suficiente para ver a
publicação de O Capital (1867-1894), por seus contemporâneos Karl Marx e
Friedrich Engels, embora tivesse visto o Manifesto Comunista. Esse
pequeno contexto histórico ajuda a entender a filosofia de Comte. A ciência
moderna acabou com as esperanças de uma realidade universal harmoniosa e
ordenada, que pudesse ser traçada a régua e compasso. O determinismo científico
ruiu: as leis naturais são meras abstrações e idealizações do intelecto,
carecendo de qualquer existência objetiva. O mundo é, confuso, caótico,
dominado pelo princípio da incerteza. É assim na física, é assim na sociedade.
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Ele definiu a
palavra "positivo" com sete acepções: real, útil, certo, preciso,
relativo, orgânico e simpático.Significava o real,
por oposição ao quimérico, o útil em oposição ao ocioso, a certeza em oposição
à indecisão, o preciso em oposição ao vago, o relativo em oposição ao absoluto...
Para Comte, o Positivismo é uma
doutrina filosófica, política, altruísta, científica e
industrial, que tem por objetivo incrementar o progresso do bem-estar moral,
intelectual e material. Surgiu como
desenvolvimento sociológico do Iluminismo, das
crises social e moral do fim da Idade Média e do nascimento da sociedade
industrial - processos que tiveram como grande marco a Revolução
Francesa (1789-1799).
O positivismo acompanhou e estimulou a organização técnico-industrial da
sociedade moderna e fez uma exaltação otimista do industrialismo. Nesse
sentido, pode-se compreendê-lo como produto da sociedade técnico-industrial
que, ao mesmo tempo, a leva esta mesma sociedade a desenvolver-se e
consolidar-se. Teve impulso, graças
ao desenvolvimento dos problemas econômico-sociais, que dominaram o mesmo
século XIX. Sendo grandemente valorizada a atividade econômica, produtora de
bens materiais, é natural se procure uma base filosófica positiva, naturalista,
materialista, para as ideologias econômico-sociais.
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Basicamente, a característica essencial ao positivismo, tal
qual o concebeu Comte, é a devoção à ciência. A partir da ciência propunha-se
reformular a sociedade para que se obtivesse ordem e progresso. No plano
político-social o estado positivo se caracteriza pela passagem do poder
material para o controle dos industriais. Assim, Comte afirma que a sociedade dever
ser dividida em classes, em dirigentes e dirigidos, como forma de se manter em
harmonia na convivência social. Essa visão mostra que Comte considerava a
sociedade como um organismo heterogêneo, mas cujas partes deveriam trabalhar
solidárias para o bem de todo. Comte assim divide o estudo da estrutura social
em dois campos principais: o estudo da ordem social, que ele denomina de
estática social e o estudo da evolução da sociedade, que recebe o nome de
dinâmica social. Em suma, como
doutrina e método, o Positivismo passa a enfrentar a sociedade individualista e
liberal, através da ordem e progresso, que Comte considerava fonte principal de
todo sistema político. Finalmente teve uma proposta audaciosa de modificar a
sociedade através de um novo paradigma social.
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O positivismo
admite, como fonte única de conhecimento e critério de verdade, a experiência,
os fatos positivos, os dados sensíveis. Para Comte, o método positivista
consiste na observação dos fenômenos, subordinando a imaginação à observação. A
ciência é superior a todo o resto. Daí
acreditar o positivismo firmemente no progresso. Trata-se, porém, de um
progresso concebido naturalisticamente, quer nos meios quer no fim, para o
bem-estar material.O positivismo fica no mesmo âmbito do idealismo e do pensamento moderno em
geral, defendendo o absoluto do fenômeno e limita-se à experiência imediata,
pura, sensível, como já fizera o empirismo. Daí a sua pobreza filosófica, mas
também o seu maior valor como descrição e análise objetiva da experiência - através
da história e da ciência. Compreende-se então porque elas são fecundas no campo
prático, técnico, aplicado. O Positivismo torna-se doutrina enquanto
preconizava que todos os fatos da sociedade devem seguir essa natureza precisa
e científica. De acordo com os positivistas somente pode-se afirmar que uma
teoria é correta se ela foi comprovada através de métodos científicos válidos.
O método científico compreende quatro etapas: observação, matematização, suposição e experimentação. Os positivistas não consideram
os conhecimentos ligados as crenças, superstição ou qualquer outro que não
possa ser comprovado cientificamente. Para eles, o progresso da humanidade
depende exclusivamente dos avanços científicos, sendo que as ciências podem ser
classificadas em cinco áreas: Astronomia, Física, Química, Biologia e
Sociologia. Comte nega as causas eficientes e finais, o infinito e o absoluto,
para reconhecer apenas o relativo, o sensível, o fenomenal e o útil. “Tudo é
relativo, e isso é a única coisa absoluta” é o axioma fundamental do
Positivismo.
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No "Curso de Filosofia Positiva" Comte formulou a
"lei dos três estados" da evolução humana: O estado teológico, em que a humanidade vê o mundo e se organiza a
partir dos mitos e das crenças religiosas; O estado metafísico, baseado na descrença em um Deus todo-poderoso, mas
também em conhecimentos sem fundamentação científica; e O estado positivo, marcado pelo triunfo da ciência, que seria capaz
de compreender toda e qualquer manifestação natural e humana. Passados mais de
150 anos da publicação do "Curso", talvez não fosse necessário dizer
que é inerente ao positivismo uma romantização da ciência, que atribuiu ao
conhecimento científico uma onipotência não comprovada pela realidade.
Atualmente, sabe-se que a ciência não só resolve problemas, como também os
cria: veja-se como um exemplo a interferência danosa do desenvolvimento
industrial no meio ambiente.
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O Positivismo pode ser considerado uma reação ao Romantismo e ganhou força na Europa
na segunda metade do século XIX e começo do XX, período em que chegou ao
Brasil. Serviu
de embasamento social-filosófico-político para vários movimentos políticos do
século XIX como a campanha abolicionista e o advento da República no Brasil. A conformação atual da bandeira é
um reflexo da influência positiva. A
frase Ordem e Progresso é inspirado pelo lema de Auguste Comte: L'amour pour principe et
l'ordre pour base; le progrès pour but ("Amor como princípio e ordem
como base; o progresso como meta"): Ordem, progresso e ciência como
religião da humanidade, representando
as aspirações a uma sociedade justa, fraterna e progressista. A frase tenta passar a
imagem de que cada coisa em seu devido lugar conduziria para a perfeita
orientação ética da vida social. O
que torna Comte e o Positivismo ultrapassados no contexto atual é sua ênfase no
determinismo, na hierarquia e na obediência, sua crença no governo da elite
intelectual e sua insistência em desprezar a teologia e a metafísica.
oq isso tem a ver com a aqreuitetura?
ResponderExcluirDesmistificando Augusto Comte
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