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Charles-Edouard Jeanneret-Gris, mais conhecido como Le Corbusier, foi um arquiteto, urbanista e pintor francês de origem suíça. É considerado juntamente com Frank Lloyd Wright,
Alvar Aalto, Mies van der Rohe
e Oscar Niemeyer, um dos mais importantes
arquitetos do século XX. Foi um arquiteto que constituiu um marco muito
importante no desenvolvimento da arquitetura moderna. Dedicou todo o seu
talento e energia à criação de uma nova e radical forma de expressão
arquitetônica.
Le Corbusier teve um percurso
artístico muito sobressaltado. Passou por muitas fases e renegou algumas das
suas convicções iniciais. A sua postura na arquitetura passava muito pela
ação/intervenção: formulação de teses e imediata aplicação em projetos, como a Villa
Savoye, o Bloco de Marselha, o Convento de La Tourette... Mas
muitos ideias ficaram no papel: em desenhos, como o Plano Voisin, a Ville
Radieuse, o Plano Obus para Argel, ou em escritos. Note-se
que algumas
das suas teorias foram responsáveis por muitos dos males que afligiram e
afligem as nossas arquiteturas e as nossas cidades: a teoria do
zoneamento como forma de organização do território; os blocos habitacionais
sobre pilares no meio da “Natureza”; a arquitetura/receita para qualquer lugar
do planeta...
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Le Corbusier foi um dos criadores dos CIAM. Lançou, em seu
livro Vers une architecture (Por uma arquitetura), as bases do
movimento moderno de características funcionalistas. Sua pesquisa baseada nas
necessidades humanas revolucionou (juntamente com a atuação da Bauhaus na
Alemanha) a cultura arquitetônica do mundo inteiro. Sua obra, ao negar
características histórico-nacionalistas, abriu caminho para o international
style, que teria representantes como Mies van der Rohe, Walter
Gropius, e Marcel Breuer. Sua influência estendeu-se
principalmente ao urbanismo. Foi um dos primeiros a compreender as
transformações que o automóvel exigiria no planejamento urbano. A cidade do futuro, na sua
perspectiva, deveria consistir em grandes blocos de apartamentos assentes em pilotis, deixando
o terreno fluir debaixo da construção, o que formaria algo semelhante a parques
de estacionamento. Defendia que, "por lei, todos os edifícios deviam ser
brancos", criticando qualquer esforço artificial de ornamentação.
Suas estruturas foram largamente criticadas por serem monótonas. A cidade de Brasília
foi concebida segundo as suas teorias.
Entre as contribuições de Le Corbusier à formulação de uma nova linguagem
arquitetônica para o século XX se encontram os cinco pontos, formalizados no
projeto da "Villa Savoye": Construção sobre pilotis; Terraço-jardim;
Planta livre da estrutura; Fachada livre da estrutura e Janela
em fita.
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A importância de Le Corbusier advém, em grande parte, das viagens que fez a
várias partes do mundo, em que entrou em contato com estilos diversos, de épocas
diversas. Da visita a Itália, a influência mais marcante será a Cartuxa de Ema. Fica
impressionado pela forma como a organização do espaço expressa as suas
preocupações sócio-políticas. Em
La Chaux-de-Fonds fará a aplicação prática das sua reflexões
em relação a esta viagem, através de um projeto para uma escola de artes com
ideias socialistas, em que sintetizou um modelo "clássico" de
arquitectura segundo as suas ideias de funcionalidade. Em 1910, Corbu (diminutivo
muito usado) vai para a Alemanha, onde estuda os novos movimentos de artes
aplicadas e escreve o "Estudo sobre o movimento de arte decorativa na Alemanha".
Em Berlim que
entrará em contacto com Peter Behrens, Walter
Gropius e Mies Van der Rohe (algumas das figuras principais
do Deutsche Werkbund). Em 1911, ainda na Alemanha,
encontra-se com Heinrich Tessenow, autor da cidade
jardim de Hellerau que influenciou suas obras Villa
Jeanneret Perret (1912)
e o Cinema Scala (1916). Em maio desse ano parte para a "voyage d'Orient" acompanhado pelo
seu amigo Auguste Klipstein. Ao longo desta viagem irá desenvolver a sua
perspectiva pessoal sobre a arte arquitectónica. A Villa
Schwob, em La Chaux-de-Fonds,
chamada popularmente de "Villa
Turca" é o exemplo mais flagrante, chegando a insinuar a existência de
um harém. Os
seus célebres "cinco pontos para uma nova arquitetura"
estão claramente influenciados pelas referência orientais O uso da fachada
livre e da planta livre
advém de um átrio central que marca e determina a circulação
e a disposição dos espaços e fachadas. Os próprios terraços,
como na Villa Savoye são reminiscências da arquitectura do norte da África. As
suas noções de clareza das superfícies e precisão na disposição dos volumes,
que estarão presentes no purismo, são também já pressentidos por Corbusier neste
género de arquitectura tradicional.
Paredes brancas e estudos sobre a posição estratégica dos monumentos
islâmicos em relação à topografia colaboram para as suas concepções sobre a forma
como a arquitectura se relaciona e encoraja essa relação com a natureza. A viagem à América
do Sul foi inserida na altura em que desenvolvia o projecto da sua Ville Radieuse, e
proporcionou-lhe a experiência de ver o Rio de Janeiro a partir do ar. A disposição
da cidade, entalada entre o mar e o relevo escarpado de origem vulcânica
sugeriu-lhe a ideia de uma cidade-viaduto (cidade linear). Este género de
cidade foi, depois, adoptado por arquitetos vanguardistas, defensores da anarquia, como
Yona Friedman e Nicolaas Habraken.
Entre seus projetos mais famosos se encontram:
Villa Savoye
Unidades de Habitação - Construção modularizada e estudo das proporções
humanas aplicadas ao projeto de edificações (O modulor).
Conjunto de edifícios-sede da Organização das Nações Unidas - Um dos representantes
máximos do International style.
Palácio da Assembléia em Chandigarh, 1953. Adotação de um
partido mais brutalista em seus projetos.
Chapelle Notre-Dame-du-Haut - capela em Ronchamp, França, 1955.
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