Por anos, os arquitetos têm tido uma relação de
amor e ódio com o sol. Dentro de um espaço comercial, se quer atrair mais ou
menos luz do dia? Essa questão se estende há tempos. Geralmente, os projetistas
incorporam o vidro em 40% ou mais do exterior de uma construção. Ao mesmo
tempo, fazem dele um elemento "invisível" no projeto. Essa tendência
é trazida pelo desejo de suavizar a separação entre o ambiente interior e
exterior e de economizar energia usando ao máximo a luz natural. Porém, o aumento
da luz do dia também traz o calor solar e o excesso de claridade.
No começo do século XX, a luz elétrica não rendia o
suficiente para o trabalho de escritório e as empresas dependiam da luz do dia.
Cerca de 50 anos atrás, quase todos os locais de trabalho e escolas usavam a
luz solar como sua fonte principal de iluminação. Apenas de 10 a 20 anos para cá as
construções foram projetadas com menos vidros, vidros coloridos ou com maior
refletividade, em uma tentativa de gerenciar melhor os efeitos do sol.
Infelizmente, a aparência dos novos edifícios perdeu muito com isso.
O vidro é a chave para os projetistas que queiram
controlar o gasto com energia em suas construções. Além da evolução do vidro
baixo emissivo, que já auxiliou nessa busca, há outras tecnologias que
contribuem para aproveitar melhor o poder da luz natural. Com inovações
recentes, o envidraçamento é a liderança para fazer das construções mais
sustentáveis.
O Fator Sustentabilidade
A sustentabilidade é hoje a questão central na elaboração de projetos para
construções comerciais. Preocupados com os aumentos do custo com energia e
conscientizando-se das questões ambientais, as pessoas responsáveis pelo
projeto de um edifício discutem freqüentemente o que significa ser ou tornar-se
"verde". Há muitos elementos em um projeto que podem construir uma
estrutura mais sustentável. O vidro está no topo da lista. Para garantir a
eficiência energética, o sistema de envidraçamento deverá ter um valor-U e
ganho de calor solar baixos e uma transmissão de luz visível alta, a fim de
maximizar a luz do dia. Produtos de vidro com revestimentos baixo emissivo
(low-E) oferecem o melhor desempenho de energia disponível hoje em dia.
O edifício Heifer International Worlwide Headquarters
em Little Rock,
Ark., projetado por Polk Stanley Rowland Curzon Porter Architects Ltd., foi
escolhido como um Comitê AIA no Ambiente dos Dez Projetos Mais Verdes para
2007. Ele apresenta o vidro SuperNeutral 68* SunGuard da Guardian. “A
sustentabilidade é hoje a questão central na elaboração de projetos para
construções comerciais.” SunGuard® SuperNeutral 54*, um novo revestimento
de vidro da Guardian Industries, é um exemplo de inovação. Atende às necessidades
dos projetos mais atuais, combinando uma série de
atributos-chave, tais como claridade reduzida, controle solar e neutralização
da cor em um alto desempenho do revestimento de vidro baixo
emissivo.
Apresentados pela primeira vez nos anos 80, os
revestimentos baixo emissivos (low-E) mudaram a maneira de se pensar sobre o
vidro. Por quê? Pelos seus grandes benefícios, incluindo: economia de energia
para aquecimento e resfriamento. O primeiro revestimento baixo emissivo, de
base prata, tinha coeficientes de ganho de calor solar entre 0,4 e 0,5 e
transmissão de luz visível acima de 60%. Hoje os fabricantes de vidro continuam
a dar grandes passos. Os novos produtos chegam a coeficientes de ganho de calor
solar menores do que 0,3, ainda oferecendo transmissões de luz de mais de 50%.
O alto desempenho das tecnologias baixo emissivas
na última década ajuda as empresas a alcançarem uma redução de custos
significativa. Segundo relatório do Conselho Nacional de Pesquisa dos EUA as
janelas com vidro baixo emissivo (low-E) instaladas durante 2005 gerarão US$ 37
bilhões em economia líquida ao longo de sua vida útil. Até agora, menos da
metade das janelas comerciais nos EUA tem um revestimento baixo emissivo
(low-E).
Vidro e Eficiência Energética
Além de controlar o ganho de calor solar em um edifício, ajudando a melhorar a
eficiência dos sistemas de ar condicionado e ventilação, o vidro correto pode
trazer vantagens combinado com o controle da iluminação durante o dia.
Normalmente, uma construção é projetada para bom
desempenho no pior caso previsto. Ou seja, o tipo e o tamanho do equipamento de
ar condicionado e ventilação costuma ser baseado nas temperaturas mais
extremas, com os maiores níveis de ocupação. Isso muitas vezes pode levar à
compra adiantada de um equipamento maior do que o necessário. Além do que, um
sistema funcionando a menos de 50% de sua capacidade total trabalha com uma
eficiência de energia exponencialmente menor.
Há meios de reduzir o tamanho de um sistema de ar
condicionado e ventilação. O primeiro da lista é minimizar o ganho de calor
solar, através do revestimento baixo emissivo (low-E). Como mencionado, a luz
do dia foi elemento de destaque em diferentes estágios da história da
arquitetura. O imperativo da sustentabilidade impõe que essa luz natural, que é
uma das poucas fontes renováveis disponíveis, novamente tome o palco principal.
Como única controvérsia contra o maior uso da luz natural, temos os clarões.
Resultantes do excesso de luz solar, eles podem prejudicar a visão de um
monitor do computador ou de uma tela de apresentação. Instalar cortinas é uma
solução, porém estudos mostram que, uma vez que sejam fechadas, elas raramente
são abertas novamente. Muitos arquitetos têm tentado resolver esse desafio:
novas tecnologias habilitam os proprietários das construções a ajustarem
automaticamente o tratamento de suas janelas e o uso da eletricidade, conforme
a entrada de luz natural em cada sala.
Vidro Toma o LEED
O progresso já conseguido em sustentabilidade é admirável. No entanto, a
comunidade da arquitetura e design, além das empresas que os provém de
materiais, ainda tem muito trabalho a fazer. Estabelecido em 2000 pelo Conselho
U.S. Green Building, o sistema de avaliação de liderança em projetos de energia
e meio ambiente (LEED) traz uma série de padrões industriais. Esses padrões
orientam quem está comprometido com a construção e operação "verde"
de suas instalações. De acordo com um artigo no The Wall Street Journal, 167
construções foram certificadas pelo LEED entre 2000 e 2005. No final desse
período, havia mais de 1,800 projetos em desenvolvimento com certificado LEED.
Muitas inovações do vidro ajudaram arquitetos e projetos a receber o LEED.
Camadas baixo emissivas no vidro colorido ou de alta reflexão podem ajudar quando
a retenção de calor solar é um desafio maior. O processo de serigrafia, a
aplicação de um padrão sutil no vidro, é uma alternativa. Normalmente, é usada
em conjunto com um revestimento baixo emissivo de alto desempenho. Isso mostra
que nem sempre é a opção que oferece os melhores custos. Para atingir os
benefícios em macroescala da arquitetura sustentável, os novos produtos devem
atender a esse conjunto de demandas. E mais, é preciso fazê-lo a preços
competitivos. Felizmente, com os processadores de vidro introduzindo produtos
de revestimento superiores, essa visão está se tornando uma realidade e o
futuro aparece mais promissor.